Publicado: mar 8, 2025
Escrito por: Helissa

Este cogumelo é um dos mais impressionantes que já encontramos por aqui! O tamanho é surpreendente, é um encanto topar com eles. A primeira vez que vimos um foi em abril de 2024, estava sozinho e já caído no chão, tinha cerca de 50 cm de altura. Foi este das fotos abaixo.

Depois em dezembro de 2024 acabamos encontrando vários durante um período de umas duas semanas, foi uma época que andava fazendo bastante frio por aqui, com temperaturas parecidas ao outono e também bastante chuvas.

Primeiro achei que eram da espécie Macrolepiota capelariae mas são da espécie Macrolepiota abruptibulbosa (nome provisório), identificados pelo Cristiano Coelho Nascimento, pesquisador do iFungiLab e especialista neste gênero.

Alguns Macrolepiota abruptibulbosa jovens, e na foto do meio estes já estavam mais velhos e pegaram muita chuva, ficando nesse tom mais escuro.

Esta espécie ainda está sendo descrita, por isso este é um nome provisório. Inclusive desidratei alguns dos que encontrei para enviar ao Cristiano que está estudando e descrevendo essa espécie, que parece ocorrer só aqui no Sul do Brasil (e provavelmente nos países vizinhos aqui do Sul também), e até agora só foi encontrada junto a Pinus, mas ainda há muito a se estudar e descobrir sobre ela.

Sobre as características dessa espécie, pela nossos encontros aqui vejo que ele quando adulto tem em média de 35 a 50 cm de altura, e cerca de 15 a 25 cm de diâmetro do chapéu. Tem um estipe bem fibroso, frágil e com essas “estrias”.

Possui um anel móvel e um bulbo geralmente bem visível na base do estipe. O chapéu parece ter uma textura que lembra camurça, com o centro bem escuro e também formando algumas “estrias” conforme ele vai abrindo. O himenóforo (parte de baixo do chapéu) tem em lamelas brancas.

Todos os que encontramos estavam em uma mesma área de plantação de Pinus onde já encontramos também outras espécies de Macrolepiota antes. E além de ser um cogumelo lindo e impressionante, ele também é comestível!

Experimentamos eles, comendo só os chapéus pois o estipe é pura fibra, não parece muito interessante gastronomicamente, rs. É saboroso, só achei o gosto meio amargo no final, mas o marido não sentiu nada amargo, então vai entender.

Outro vez refoguei um pedaço do chapéu, cortando em pedaços pequenos e coloquei na massa com o pesto que fiz com o manjericão da minha horta, dá pra ver nas fotos acima. Ficou uma delícia, e misturando assim não senti nenhum amargo.

Resumindo, um espetáculo de cogumelo!

📸 Registros feitos em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul – Serra Gaúcha.

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