Uma “florzinha” estranha e avermelhada, crescendo no solo, camuflada pela grama ou crescendo sobre rochas, em áreas abertas de campo com muito sol. Quando vi pela primeira vez não tinha ideia do que era, até pensei que pudesse ser algum líquen, rs.
Depois pesquisando pela internet descobri que seu nome cientifico é Drosera brevifolia, também conhecida como “Orvalhinha”. É uma planta carnívora, nativa aqui no Rio Grande do Sul, ocorrendo também em outros estados do Brasil e em algumas regiões do sul dos Estados Unidos e da América Central.
Nunca tinha visto uma planta carnívora assim no seu habitat natural, achei bem interessante, realmente não sabia muito sobre esse tipo de planta.
Essa espécie tem cerca de 3 cm de diâmetro e essa “roseta” vermelha na verdade não é uma flor, dela sai um pendão que dá uma florzinha branca – vi fotos na internet, ainda não consegui registrar a verdadeira flor. Mas o pendão dá pra ver nas fotos acima, só que a flor não estava aberta ainda.
Li que ela é comum em áreas de restingas aqui no Sul do Brasil, e também em campos de altitude, o que seria o caso daqui de São Chico. São até bem comuns em algumas áreas que fazemos trilhas, mas pelo tamanho e por as vezes estarem bem camufladas é difícil perceber se não estiver ativamente procurando por elas.
Esse gênero Drosera é conhecido em inglês como “Sundews” e essa espécie por “Dwarf Sundew” – li que é a menor espécie dentro do gênero, por isso o nome Dwarf, que significa anão/anã em inglês.
As plantas desse gênero são consideradas carnívoras por “comerem” insetos para sua nutrição, e elas fazem isso através das suas folhas, que são cobertas por pelos que produzem uma substância pegajosa chamada mucilagem, uma secreção que parece umas gotinhas. Isso deve explicar também o nome comum em português “Orvalinha”, pois essa secreção parece orvalho (fotos em detalhe acima).
Quando o inseto pousa na folha, acaba ficando preso nessas gotas pegajosas e tentar escapar só faz ele ficar mais grudado ainda. Depois disso a planta começa a produzir enzimas digestivas para de fato “comer” o bichinho e aproveitar seus nutrientes, rs. Achei incrível que uma plantinha minúscula dessas tem todo esse “mecanismo” elaborado!
Para mais fotos e informações dessa espécie confira aqui no site Flora e Funga do Brasil, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
📸 Registros feitos em Setembro/23 e Outubro/24 em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul.