Publicado: maio 31, 2025
Atualizado: jun 1, 2025
Escrito por: Helissa

A variedade de cores de cogumelos é enorme, e encontrar algum com uma cor muito vibrante como o vermelho é sempre fascinante. Dá aquela quebrada na paleta de cores da mata, geralmente de tons verdes e tons terrosos, chamando muito a atenção do nosso olhar.

É bom lembrar que apenas a cor de um cogumelo não diz nada sobre sua toxicidade ou comestibilidade, isso é um mito. Saiba que nem todos os cogumelos vermelhos são “perigosos”, e saiba também que apenas tocar em cogumelos não faz mal nenhum, o problema é a ingestão de espécie tóxicas.

Abaixo listo algumas espécies de cogumelos vermelhos que já encontrei por aqui na Serra Gaúcha.

Amanita muscaria

Lindos cogumelos da espécie Amanita muscaria. Registros feitos em maio de 2025.

Tenho que começar com o mais clássico de todos, esse lindo cogumelo vermelho super fotogênico cujo nome científico é Amanita muscaria. Os nomes comuns são vários: cogumelo do Mário, Agário-das-moscas ou apenas cogumelo vermelho com pintas brancas, rs.

Além da cor do chapéu vermelho e as escamas brancas (que podem cair com a chuva e deixar o chapéu “liso”), outras características que ajudam a identificar é a presença de anel no estipe (quase uma “saia” no “caule” do cogumelo), a presença de lamelas brancas e a base bulbosa.

Ele é um cogumelo exótico no nosso país, crescendo em associação com pinheiros (Pinus sp.) e eucaliptos, portanto só dá pra achar ele em áreas onde tenham essas tipos de árvores. Aqui na Serra Gaúcha ele é bem comum, pois há uma grande quantidade de plantações de Pinus e em menor escala também eucalipto. Ele comumente cresce no período do outono e inverno.

Essa espécie é tóxica e possui propriedades psicoativas e alucinógenas. Aqui escrevo mais sobre seus usos e perigos.

Aurantiporus pulcherrimus

Aurantiporus pulcherrimus, fungo vermelho crescendo sobre madeira. Registro feito em fevereiro de 2025.

Um cogumelo bem diferente, com uma cor linda e super chamativa. Crescem sobre madeira morta, tem um cheiro suave e agradável, e uma textura gelatinosa/carnosa.

Achei informações de que essa é uma espécie, Aurantiporus pulcherrimus (Tyromyces pulcherrimus é sinônimo), é nativa da Austrália e Nova Zelândia, sendo exótica/introduzida por aqui e estando presente no sul do Brasil associada aos eucaliptos importados. Estes porém encontrei em uma mata nativa, portanto talvez seja uma espécie próxima ou já se adaptaram a “atacar” outras espécies de árvores, rs.

Não achei informações sobre toxicidade ou comestibilidade.

Leratiomyces ceres

Leratiomyces ceres, registros feitos em maio e junho de 2024.

Um lindo cogumelinho com o chapéu vermelho e lamelas acinzentadas na parte de baixo. Seu nome científico é Leratiomyces ceres, também conhecido como “Chapeuzinho vermelho”. Crescem sobre madeira ou sobre o solo com bastante matéria orgânica em decomposição. Podem ser bem pequeninos com cerca de 5 cm de altura, mas já encontrei grandões com mais de 10 cm também.

Vejo eles bastante por aqui, até no nosso quintal eles já apareceram várias vezes. Inclusive na minha horta, onde coloco serragem e também utilizo papelão, esses materiais se tornam a “comida” perfeita para esses cogumelos, que os decompõe e retornam os nutrientes ao solo.

Achei informações de que esse cogumelo não é comestível, e pode causar desconforto estomacal se ingerido.

Hygrocybe sp.

Cogumelinhos vermelhos do gênero Hygrocybe, registro feito em dezembro de 2023.

Os cogumelos do gênero Hygrocybe tem algumas espécies bem coloridas como é o caso destes acima, que não consegui a identificação a nível de espécie – para muitos cogumelos é difícil identificar apenas por fotos, requerendo análises em laboratório.

Crescem sobre o solo em mata nativa, possui lamelas e não tem presença de anel. Existem espécies comestíveis e tóxicas neste gênero, portanto é bom só admirar e fotografar a não ser que tenha certeza absoluta da espécie.

Lepiota sp. “La Princesa”

Linda “princesinha” da mata. Registro feito em abril de 2024.

Um pequeno e lindo cogumelinho, com um chapéu vermelho “decorado”. Essa espécie ainda não foi oficialmente descrita pela ciência, mas se considera que faz parte do gênero Lepiota.

Observada pela primeira vez no México, tem o apelido de “La princesa” por essa estrutura em cima do chapéu lembrar uma coroa. É uma espécie bem rara e com poucos registros até então, encontrei apenas uma vez e foi muita sorte, pois é um cogumelo realmente bem pequeno que facilmente se esconde entre as folhas no chão da mata.

Cresce sobre o solo em mata nativa, é considerado que ocorre em toda a região Neotropical. Pesquisando descobri que “Lepiota nustae” seria um nome provisório para essa espécie.

📸 Registros feitos em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul – Serra Gaúcha.

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