O que fica na parte de baixo do chapéu dos cogumelos é de grande importância, tanto para a reprodução da espécie quanto para nos ajudar a identificar o serzinho em questão.
Essa região se chama himenóforo, e nela podem haver diferentes tipos de estruturas, como lamelas, poros, ou até uns pequenos “espinhos” ou “dentes”. É nessas estruturas que ficam as células reprodutivas (basídios) responsáveis pela produção de esporos – que funcionam como se fossem “sementes”, possibilitando a reprodução do fungo.



Aqui, abordo os cogumelos que apresentam lamelas no himenóforo, estruturas que parecem umas lâminas. Há uma grande diversidade de lamelas, de diferentes formatos, tamanhos, espaçamentos, e diferentes formas de como elas se conectam ao estipe (“caule”) do cogumelo. Para dar uma ideia dessa variedade, trago aqui várias fotos de lamelas de diferentes espécies.
Há classificações de tipos de lamelas com nomes técnicos, muitas vezes aparecem em guias de campo para auxiliar na identificação de espécies. Alguns exemplos são:
Lamelas livres – não tocam no estipe. Exemplo: Gêneros Amanita e Agaricus.
Lamelas adnexas – tocam o estipe só de leve. Exemplo: Várias espécies do gênero Mycena.
Lamelas decurrentes – descem visivelmente pelo estipe. Exemplo: Gêneros Pleurotus e Clitopilus.



Existem vários outros tipos, além de a mesma espécie poder apresentar alguma variação entre espécimes. A espessura e espaçamento das lamelas também varia, elas podem ser bem finas, mais juntinhas, bem grossas, mais espaçadas; algumas lamelas se conectam lateralmente e parecem veias, enquanto outras são bifurcadas, etc.
Às vezes, os termos usados são bem técnicos e acabam dificultando o entendimento de quem está começando, mas é importante saber dessa variedade e ir aprendendo aos poucos a enxergar melhor os detalhes das lamelas, pois isso ajuda na identificação. Além de toda essa variedade de formatos, a cor das lamelas também varia e pode ajudar bastante na identificação.



Além disso, admirar e fotografar essa linda diversidade de lamelas também é muito legal, mesmo sem chegar a uma identificação concreta, rs. Ao longo deste post estão fotos de diferentes espécies que já encontrei por aqui, o que ajuda a dar uma ideia dessa diversidade toda e reforça o lembrete: sempre confira a parte de baixo do cogumelo!
📸 Registros feitos em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul – Serra Gaúcha.

