Publicado: ago 31, 2024
Atualizado: set 2, 2024
Escrito por: Helissa

Um encontro com shiitakes da mata pela primeira vez! A maioria já estava um pouco velha e em geral estavam bem secos, mas ainda sim foi uma felicidade!

Pelas características na hora pensei que fossem do gênero Lentinula, que estava a tempos na minha lista de desejo pra encontrar, rs. A primeira vez que soube da existência destes shiitakes “selvagens” que ocorrem aqui no Brasil foi através do Guia de Fungos do Primavera Fungi.

Coletei alguns para provar caso conseguisse confirmar a id, e felizmente o Cristiano Nascimento confirmou que eram mesmo deste gênero, e que provavelmente sejam da espécie Lentinula boryana. Uns dias depois, tive também uma confirmação do Denis Zabin no iNaturalist de que seria essa espécie mesmo.

São cogumelos silvestres comestíveis, “parentes” do shiitake que encontramos no supermercado (que se chama Lentinula edodes, ou seja, são do mesmo gênero). Ocorre na Mata Atlântica e talvez também em outros biomas, mas ainda estão feitos estudos sobre.

Para identificar esta espécie é preciso se atentar a algumas características, como o fato deles crescerem sobre madeira em decomposição, o chapéu ser de uma cor marrom/alaranjada/avermelhada, possuírem um pequeno estipe (“caule”) sem anel, escamas brancas no chapéu, e lamelas originalmente brancas, mas estes que encontrei como já estavam bem ressecados elas tinham ficado meio amareladas. Para mais informações, confira este post do IFungiLab.

Para provar acabei deixando eles de molho para reidratar um pouco antes de refogar, pois já estavam um pouco duros. Achei bem gostosos, e com o sabor que lembra o shiitake mesmo. Agora é torcer pra encontrá-los de novo, e não tão secos tbm, rs.

Uma curiosidade é que estavam crescendo sobre um tronco caído de eucalipto, em uma área de plantação destas árvores. Pensei que por serem cogumelos nativos não ocorreriam em espécies exóticas mas o Cristiano comentou que crê que eles são generalistas, então o fato da árvore ser exótica não seria empecilho.

Outra informação interessante é que esta espécie selvagem, e outras do mesmo gênero, já estão sendo estudadas para cultivo comercial aqui no Brasil, para saber mais sobre confira este vídeo do IFungiLab.

📸 Registro feito em 28/08/24 em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul – Serra Gaúcha.

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