Lindos e enormes cogumelos, que mais parecem guarda-chuvas crescendo no solo! São da espécie Macrolepiota capelariae.
Encontrei essa espécie algumas vezes ano passado no interior da mata no nosso terreno – na época não sabia que era essa espécie, mas depois que comecei a usar o iNaturalist consegui a identificação deles, principalmente com a ajuda do micólogo Denis Zabin.
E este ano comecei a encontrar eles novamente bem na mesma época (meados de março), dessa vez nas bordas da mata do nosso terreno. Achei surpreendente por terem “nascido” em uma época que estava uma onda de calor e tempo super seco por aqui.
Um estava jovenzinho, parecendo um guarda-chuvas fechado, e o outro já estava mais velho, e parece que já tinha perdido o anel que é característico da espécie. Estavam bem longes um do outro (fotos acima).
Depois disso, encontrei muitos outros no interior de mata nativa e também em bosques de Pinus.
Como identificar o cogumelo Macrolepiota capelariae
Em geral eles são bem grandes, geralmente tem cerca de uns 30 cm de altura e uns 10 a 15 cm de diâmetro do chapéu, porém também já encontrei um gigante de 50 cm de altura (foto acima)! O himenóforo (parte de baixo) é branco e com lamelas.
Possuem um anel no estipe (“caule” ou “pé” do cogumelo), e a superfície do chapéu não apresenta escamas, e sim vai rachando aos poucos, e forma estrias bem fininhas que vão do centro pra margem.
Possui um tom marrom, que as vezes pode ser bem claro ou as vezes mais alaranjado. Por aqui surgem mais a partir do fim do verão e durante o outono. Eles são bem comuns de encontrar crescendo no interior e nas bordas de matas nativas, porém também ocorrem em bosques de Pinus.
Consegui essas dicas de identificação com o micólogo Cristiano Coelho Nascimento, pesquisador do iFungilab.
É um cogumelo comestível, como vários desse gênero (como o Macrolepiota bonaerensis que eu também já encontrei bastante por aqui). Porém ainda não provei, como só recentemente consegui uma identificação confiável e também mais confiança pra identificar em campo, ainda não coletei nenhum para provar.
Outro fator é que geralmente quando encontro esse gênero de cogumelos eles estão ou jovens demais ou velhos demais, foram poucos espécimes que encontrei que estavam no primor da vida e aptos a irem pra frigideira, rs. Eles tem uma vida útil bem curta pelo que tenho visto. Então ainda estou na curiosidade para provar!
Pesquisando pela internet descobri que esta é uma nova espécie de Macrolepiota que foi descrita em dezembro de 2022 aqui no Brasil pelo iFungilab, proposta com base em evidências morfológicas e moleculares.
Tem registros na Mata Atlântica brasileira e também ocorrências na Argentina e México. O nome da espécie é uma homenagem à Marina Capelari, uma importante pesquisadora no estudo dos cogumelos do Brasil. Sempre bem impressionante topar com um destes gigantes!
📸 Registros feitos em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul.