Publicado: abr 16, 2024
Atualizado: jun 16, 2024
Escrito por: Helissa

O cultivo e produção de cogumelos comestíveis e medicinais no Brasil, também chamado de Fungicultura, vem crescendo bastante nos últimos anos. Apesar de ainda não ser tão expressivo comparado a outros países, é claramente um mercado em expansão.

A China é o maior produtor de cogumelos do mundo, com mais de 5 milhões de toneladas produzidas por ano, seguido de Itália (+ de 750.000 toneladas) e Estados Unidos (quase 400.000 toneladas) – dados de pesquisa feita em 2011.

O Brasil tem uma produção anual estimada de apenas 12.000 toneladas, o que não supre a demanda nacional, sendo então muitos cogumelos importados da China (dados de 2013).

Existem várias técnicas de cultivo de cogumelos comestíveis, estes estão sendo cultivados em toras de madeira. Créditos da imagem: AdobeStock

O consumo de cogumelos no Brasil ainda é pequeno se comparado com países como China e França, entretanto a procura por eles têm crescido nos últimos anos, sendo o consumo per capita de 288 g/habitante em 2017, e a projeção de crescimento de 9% até o ano de 2021 (não encontrei dados mais recentes).

Estes dados indicam que esse segmento pode ser bem lucrativo, pois em geral é uma produção que exige pouca mão de obra e pequenas áreas, se tornando acessível para pequenos agricultores. E a demanda está crescendo cada vez mais.

Não há um censo oficial mas estima-se que existam cerca de 2 mil produtores de cogumelos no país (dados de 2023), sendo mais da metade localizada no estado de São Paulo, em específico na região de Mogi das Cruzes. Isto se dá em grande parte pela influência da imigração asiática no estado.

Pleurotus djamor, cogumelo nativo comestível, conhecido comercialmente como Shimeji rosa, ou Shimeji salmão. Imagem autoral.

Existem cerca de 20 espécies de cogumelos sendo comercializadas no Brasil atualmente. O Champignon de Paris e Portobello (Agaricus bisporus), Shitake (Lentinula edodes), e Shimeji (Pleurotus sp. entre outros que são conhecidos por esse nome) são em geral os mais produzidos e consumidos. Existe também um grande mercado de produção de cogumelos medicinais, que em geral são comercializados na forma de suplementos alimentares, como extratos ou tinturas.

A maioria deles não é nativa do Brasil, mas nos últimos anos estão sendo realizadas pesquisas e projetos como o “Cogumelos da Mata Atlântica: diversidade e potencialidades de espécies comestíveis” coordenado pelo prof. Nelson Menolli Jr. do iFungilab, que tem como objetivo o estudo dos cogumelos silvestres comestíveis da Mata Atlântica com potencial de cultivo comercial.

A venda de blocos e kits de cogumelos comestíveis para um cultivo rápido e simples em casa também tem aumentado bastante e hoje é fácil de achar para comprar pela internet, e em lojas especializadas para que mora em cidades grandes.

Um bloco de cultivo de cogumelo shitake. Blocos assim são vendidos como um kit para ser cultivado em casa para consumo próprio. Créditos da imagem: AdobeStock.

Além disso, o interesse por cogumelos comestíveis silvestres também tem crescido. Um exemplo são os eventos de Caça aos cogumelos, em geral ofertados no sul do Brasil na época do outono com foco na busca do delicioso cogumelo Porcini (Boletus edulis).

Estas são algumas informações gerais e que achei interessantes sobre a produção e consumo de cogumelos no Brasil. Para quem quiser saber mais recomendo os artigos abaixo que usei como referências.

Referências

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