Roxo é a minha cor favorita, então não é de se estranhar que eu ache este cogumelo tão lindinho! Além de roxo ele é peludinho, uma graça.
Encontrei essa espécie a muitos anos atrás na Argentina (Província de Misiones, região de Mata Atlântica) mas na época nem tinha ideia de “quem” era, fui descobrir esse ano quando estava vendo algumas fotos antigas e fui pesquisar sobre ele.
Então fiquei feliz quando achei eles aqui em São Chico pela primeira vez, em outubro de 2024. Eram só dois (um bem bebezinho ainda) e estavam em um pedacinho de madeira ao lado da trilha, dentro de mata de araucária (Floresta ombrófila mista).
Panus strigellus é seu nome, é uma espécie de cogumelo nativo que cresce sobre madeira em decomposição. Ele é um cogumelo comestível, mas ainda não achei em quantidade grande para experimentar.
Uma espécie parecida é o Panus lecomtei, que como várias outras do mesmo gênero também é comestível. Inclusive algumas espécies do gênero Panus, como o Panus velutinus, fazem parte dos cogumelos tradicionalmente consumidos na Amazônia pelos indígenas Sänoma (subgrupo dos Yanomami), junto com outros “peludinhos” como o Lentinus crinitus.
Vendo pelo iNaturalist essa espécie ocorre em todo Brasil, de fato ocorrem do sul da América do Sul até o sul dos Estados Unidos. Eles começam bem roxinhos e vão ficando desbotados e perdendo a cor conforme vão ficando velhos.
As características que ajudam na identificação são a cor roxa, o formato de funil, a presença dos pelinhos no chapéu, e as lamelas na parte de baixo (himenóforo) que seguem até o estipe (“caule”) sem clara separação.
Um mês depois desse primeiro encontro, passei pelo mesmo pedaço de madeira novamente e ele estava com um grupinho com vários espécimes de jovens a mais velhos, uma lindeza!
Mas como não tinham muitos e alguns ainda bem pequenos ou já velhos, não quis coletar. Ainda esperando um dia encontrar grupos maiores pra poder provar! Parece que não são muito comuns por aqui.
Para conhecer mais alguns cogumelos comestíveis da Mata Atlântica, confira este post.
📸 Registros feitos em outubro e novembro de 2024, em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul (Serra Gaúcha).