Publicado: set 10, 2023
Atualizado: out 7, 2024
Escrito por: Helissa

Depois desse início de mês com ciclone e volumes altíssimos de chuva (Setembro/2023), encontramos uma abundância de Auricularias na mata. Nunca tínhamos visto grupos tão grandes, e com espécimes tão grandes também. Lindos demais!

Primeiro pensei serem da espécie Auricularia polytricha (vi que a nomenclatura Auricularia cornea é sinônimo) e alguns mais clarinhos pensei que poderiam ser Auricularia fuscosuccinea. Porém postei lá no iNaturalist e todos foram identificados como Auricularia fuscosuccinea mesmo! São espécies bem parecidas, pessoalmente não sei como distinguir, porém ambas são comestíveis então acabo não me preocupando muito, rs.

Essas espécies são bem fáceis de identificar e quase que impossíveis de serem confundidas com outros gêneros e espécies que podem ser tóxicos, por isso são cogumelos selvagens interessantes para quem é iniciante na caça aos cogumelos poder coletar e provar.

Geralmente crescem na época da primavera e verão por aqui. Também são conhecidos como orelha de judeu ou orelha de judas em português, e como jelly ear, jew’s ear ou wood ear em inglês, entre vários outros nomes populares.

E facilmente dá pra perceber o porquê desses nomes, eles realmente não só parecem orelhas mas também tem uma textura que parece cartilagem. É comestível e também considerado medicinal, algumas espécies deste gênero inclusive são tradicionalmente muito consumidas (e cultivadas) na China e em outros países asiáticos.

Porém, eles não tem gosto de nada, rs. São geralmente adicionados em sopas e molhos, sendo mais apreciados pela sua textura (que é bem estranha pra que não está acostumado!).

Fazia tempo que não comíamos esse fungo, não é nosso preferido mas tem muitos nutrientes e é sempre bom comer coisas diversificadas – além do prazer que é poder achar e “colher” esses espécimes na mata!

O modo de preparo não tem muito mistério, dá pra brincar e inventar outras variações mas nós geralmente limpamos e cortamos eles em fatias, deixamos ferver por uns 3 minutos e depois refogamos eles em um pouco de óleo por mais uns minutinhos, temperando com sal, pimenta do reino e noz moscada, as vezes adicionando orégano e shoyu ou algum outro tempero.

Nas fotos acima mostro um dia que comemos eles só com arroz e salada, o basicão mesmo pois sem disposição e tempo para fazer algo mais elaborado, rs. No fim eles acabam mais é com o gosto do tempero de escolha. Sobrou metade do que colhemos e no dia seguinte coloquei na sopa, eles adicionam uma textura interessante à qualquer receita.

Atualização: no início da primavera de 2024 começamos a encontrar novamente muitos deles, realmente nesta área que trilhamos com frequência dá pra ver que eles estão presentes em abundância. Começamos até a curtir mais a consistência e leve crocância deles depois de refogados. Pra conservar desidratamos eles, e depois fica fácil de reidratar e refogar, ou de colocar direto em sopas ou no feijão. São essas as receitas que mais fazemos com eles ultimamente.

📸 Registro feito em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul (Serra Gaúcha).

⚠ Se não tem conhecimento sobre, não arrisque experimentar fungos desconhecidos só por comparação de fotos online. 

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