O gênero Agaricus é enorme, possuindo mais de 400 espécies e ocorrendo em todo o mundo. Um dos cogumelos comestíveis mais famosos e consumidos no mundo todo é desse gênero, o “champignon de Paris” (Agaricus bisporus).
Outro famoso é o cogumelo medicinal conhecido como “Cogumelo do Sol” (Agaricus subrufescens, antes chamado Agaricus blazei). Várias espécies deste gênero são comestíveis, porém outras também apresentam toxidade.
Características de cogumelos Agaricus sp.
Crescem sobre o solo, algumas espécies sendo comum em grama, outras mais no interior de matas nativas. O tamanho dos cogumelos varia muito dependendo da espécie.
Possuem um chapéu carnudo, o estipe (“caule”) tem anel, e seu himenóforo (parte de baixo do chapéu) apresenta lamelas.
As lamelas geralmente começam mais brancas, depois ficam com um lindo tom rosado e quando vão ficando maduros tem uma coloração marrom/chocolate linda, que em algumas espécies pode chegar a ficar bem preta.
Como identificar cogumelos do gênero Agaricus
Já encontrei vários cogumelos desse gênero por aqui, e a característica que mais ajuda a identificar que um cogumelo é do gênero Agaricus são estas cores das lamelas que mencionei acima. Porém infelizmente nunca consegui chegar na identificação a nível de espécie.
Postando lá no Instagram um dos meu achados, o micólogo Denis Zabin compartilhou algumas informações bem interessantes. Ele disse que é um gênero muito complicado para chegar na identificação da espécie exata só por fotos, sendo necessário estudos macro e micromorfológicos, e/ou moleculares.
Seguiu dizendo que é um pouco menos complicado conseguir chegar no subgênero ou seção, e alguns dos métodos para ajudar é utilizar reagentes químicos específicos para observar reações de descoloração na superfície do cogumelo, e se atentar ao aroma, porém esse fator pode ser bem subjetivo.
Ele informou que as espécies que são tóxicas estão, em geral, na seção Xanthodermatei, que possuem uma reação amarelada bem forte por toda a superfície, e um cheiro químico e desagradável, podendo lembrar a cloro.
Outro comentário foi da Rose, que disse que aprendeu uma técnica em um curso com o biólogo e especialista em fungos Jair Putzke, que é fazer o teste da ranhura – se o cogumelo ficar amarelo, é um sinal de que seria uma das espécies tóxicas a serem evitadas. O que faz sentido com a informação acima.
Como dá pra ver, não é um cogumelo fácil para leigos identificarem e saírem provando. Portanto tenha cautela, e sem ter certeza ou confirmação é sempre melhor só admirar a beleza deles (que são bem lindos) do que arriscar algum problema de saúde.
📸 Registros feitos em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul.