Lindos tacinhas de cor salmão/alaranjadas que crescem sobre madeira em decomposição. São da espécie Cookeina venezuelae, e em uma das trilhas que fazemos com frequência são bem comuns e abundantes – nesse video do meu Instagram dá pra ver um tronco cheinho delas.
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A primeira vez que encontrei eles achei que fossem da espécie Cookeina speciosa, inclusive tive uma confirmação lá no iNaturalist, mas observando melhor as características e falando com uma especialista no gênero, é quase certo que são C. venezuelae mesmo. De toda a forma ambas as espécies são comestíveis, assim como a Cookeina colensoi, uma tacinha amarela que também encontramos por aqui.
Estes fungos são bem pequenos, tem em média de 0,5 a 2 cm e podem apresentar um mini estipe com essas “nervuras” na parte de baixo.
Em geral tem uma textura bem firme e durinha, ficando bem quebradiça quando mais velhos ou caso o clima esteja muito seco. Geralmente aparecem entre primavera e verão por aqui, especialmente no verão.
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São comestíveis mas demorei para achar uma boa quantidade para conseguir coletar e provar, mais informações abaixo. Li também que algumas espécies desse gênero são usadas como iscas para pesca na Malásia, achei interessante.
Provando o fungo comestível Cookeina venezuelae
No final de 2024 e início de 2025 encontramos bastante destas tacinhas e finalmente deu pra provar. Primeiro coletei só uma meia dúzia, já estavam meio secas demais, e depois de refogadas não deu pra sentir gosto de nada, só algo fritinho e salgado, rs. Mas algumas semanas depois conseguimos coletar uma boa quantidade e deu pra provar bem, elas são surpreendentemente muito saborosas! Fizemos elas só refogando com um pouco de óleo, sal e pimenta do reino.
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É chatinho ir catando elas uma por uma, são pequeninas, as vezes quebram e também acabam ficando sujas de terra e musgo, principalmente na base; depois pra limpar é trabalhoso. Mas pelo menos dá pra enxaguar bem elas na água sem problema de perder a textura.
No fim das contas valeu a pena provar, mas tem que dar sorte de encontrar uma boa quantidade e ter a paciência de coletar e limpar depois, rs.
📸 Registros feitos em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul – Serra Gaúcha.