Um fungo bem laranjinha que chama a atenção de longe pela sua cor. Pycnoporus sanguineus é seu nome científico (Trametes sanguinea é sinônimo), também conhecido como Urupê ou apenas orelha de pau aqui no Brasil e como Cinnabar Bracket ou Cinnabar Polypore em inglês.
Essa espécie é bem comum acho que no Brasil inteiro, inclusive é o macrofungo com mais observações no país lá no iNaturalist. Cresce em grupos sobre madeira morta, e quando adulto chega a cerca de 10 cm de diâmetro. É um fungo bem resistente e dura bastante tempo, enfrentando sol e chuva por semanas ou até meses sem problema.
Em outubro encontrei alguns espécimes branquinhos, a primeira coisa que veio a mente foi que poderiam ser albinos, rs. Porém algumas semanas depois li em um post no insta da @marifungi que estes fungos podem perder bastante a coloração quando vão ficando mais velhos, chegando até a ficar brancos.
Ele também é considerado um cogumelo medicinal, pois produz uma substância chamada cinabarina, com potencial antibacteriano e cicatrizante (entre outros), e há relatos de sua utilização na medicina tradicional de povos indígenas das Américas e da África.
Na página da wikipedia, por exemplo, tem bastante informação sobre essa espécie, inclusive menciona seu uso como pigmento corante; menciona que ele possui propriedades com potencial aplicação para a indústria de celulose e papel; e também na produção de medicamentos, citando o uso tradicional de povos indígenas no tratamento de otite e de outras doenças.
Achei super interessante, gostaria de saber modos de preparo tradicionais para seu uso medicinal. O único método que encontrei um pouco mais de informação sobre seu modo de preparo é para fazer tinturas, que podem ser usadas como cicatrizante para feridas, entre vários outros usos. Neste post no Instagram do Amuscária Fungi tem uma receita de tintura. Porém ainda não achei indicações precisas de uso, quantas vezes ao dias, por quantos dias, etc.
📸 Registros feitos entre Agosto e Outubro de 2023 em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul – Serra Gaucha.