Depois de uns dias de tempo mais seco por aqui finalmente teve uma chuva boa e no dia seguinte saímos para trilhar e caçar cogumelos. Na verdade estamos sempre de olhos abertos e à caça de cogumelos toda vez que saímos para caminhar ou trilhar na natureza, seja para fotografar os achados interessantes e/ou para coletar os comestíveis.
Neste dia, depois da chuva e com bastante umidade ainda na mata, achamos vários cogumelos diferentes. Alguns já estamos bem acostumados pois encontramos quase sempre – o Russula sardonia e o Amanita rubescens, por exemplo, estão presentes praticamente o ano inteiro em certas áreas de Pinus que visitamos com frequência.
Também encontramos uma duplinha do gênero Macrolepiota, e alguns espécimes de Irpex rosettiformis em duas áreas bem diferentes. Muitas espécies do gênero Macrolepiota são comestíveis, mas estes já estavam bem velhos e também não consegui identificar a espécie exata.
O Irpex rosettiformis também é comestível mas ainda não provamos, sempre acho eles tão pequenos e em pouca quantidade que ainda não coletei para provar.
Um dos encontros mais felizes foi com um grande grupo de Pleurotus albidus, cogumelo comestível e delicioso, que a última vez que conseguimos encontrar uma quantia boa para colher e fazer uma refeição foi em novembro do ano passado.
Apesar de estar com vários bichinhos já atacando, ainda estava em um estado ótimo para consumo. Deu trabalho pra limpar (tem uns bichinhos minúsculos que se escondem entre as lamelas), mas sempre vale a pena. Não somos só nós, humanos, que apreciamos os cogumelos, rs.
E desta vez também encontramos uma quantidade enorme de Suillus salmonicolor, cogumelo que encontramos pela primeira vez mês passado (27/01/24). Ao contrário da primeira vez que vimos bem poucos, nesse dia encontramos dezenas e dezenas, espalhados por diferentes áreas de Pinus.
É um cogumelo comestível, assim como seu “parente” do mesmo gênero Suillus granulatus, mas infelizmente nesse dia a maioria já estava muito velha e se decompondo, ou bem pequena e jovem demais, então nem valeu a pena coletar.
Um achado inédito foi um lindo espécime do gênero Agaricus – infelizmente não consegui chegar na identificação da espécie para saber se é comestível (várias espécies desse gênero são).
Também encontramos e fotografei dois tipos diferentes de cogumelos do gênero Marasmius, um orelha de pau laranjinha ainda não identificado, que já vimos algumas vezes e segue crescendo no mesmo tronco em decomposição na mata, e um fungo da família Polyporaceae.
Estes foram os achados mais interessantes do dia que eu fotografei, mas certamente vimos no mínimo mais umas dezena de espécies, alguns pequeninos não identificados, outros orelhas de pau que já fotografei no passado, os Amauroderma que seguem pela mesma área de sempre e já fotografei muito também, etc.
Essa trilha é sempre interessante pois passamos por áreas de Pinus e de mata de araucária (Floresta ombrófila mista) bem preservada, então gera a possibilidade de encontro com cogumelos bem diversos.
📸 Registros feitos em 28/02/24 em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul (Serra Gaúcha).