Publicado: fev 9, 2024
Atualizado: fev 11, 2024
Escrito por: Helissa

Esses dias recebemos um convite para visitar o Sítio Itagiba, que fica a cerca de 15 km daqui de onde moramos no centro, e deste trecho todo apenas os 2 km iniciais são asfaltados, o resto é estrada de chão. Nós evitamos pegar muita estrada de chão por aqui pois as condições geralmente são bem precárias e detonam o carro, temos uma Brasilia de 45 anos e o dinheiro gasto com manutenção de pouco em pouco se torna bastante!

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Mas, resolvemos arriscar. Para chegar lá é preciso pegar a Estrada da Serra Velha, que fica descendo o Lago São Bernardo. Essa estrada em um trecho se parte em duas (que segue com o mesmo nome), uma passa pela região de Samambaia e a outra pela região de Lagoas; mais abaixo ela se une novamente. Fomos por Lagoas, pois segundo nossos anfitriões lá do Sitio, esse trecho estava “menos pior”, e também é uma rota mais cênica, com vistas lindas.

A estrada de chão nos primeiros 4 ou 5 quilômetros está até decente, mas depois vai piorando bastante. Muitos buracos e pedras soltas, tivemos que ir a 20 km/h sacolejando dentro da Brasilia e desviando dos buracos para evitar qualquer problema. A estrada estava bem seca pois estamos passando por um período de muito calor e pouca chuva por aqui.

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Na região de Lagoas tem uma Igreja Católica antiga de madeira, de cor amarela e azul, que chama bastante a atenção. Pra quem gosta de construções antigas e históricas é sempre interessante encontrar essas relíquias. Está em estado de conservação bem precário (dá pra ver nas fotos acima), mas o que deu pra ver do interior parecia que estava ainda em uso e bem organizado e limpo.

Não achei mais informações sobre essa Igreja e sua data de construção, mas nossos anfitriões lá do Sítio disseram que já houve planos de reformar ela mas não deu em nada, e que hoje em dia só tem 4 fiéis que ainda a utilizam, não havendo interesse então em colocar dinheiro para a reforma. Aparentemente o município também não se importa em preservar este prédio histórico.

Uns quilômetros abaixo (essa estrada é uma descida, como a da Carapina, pois a sede do município está a cerca de 900 m e o Sítio Itabiga que era o nosso destino final fica a cerca de 450-500 m) a paisagem que era mais de mata fechada começa a dar lugar a vistas do vale, com pastagens, araucárias e ao fundo montanhas verdinhas com mata nativa e também com plantações de Pinus e Eucalipto.

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Uma região específica nessa rota é chamada de Vale das pirâmides (fotos acima), por conta de algumas montanhas no horizonte terem um formato cônico. Esse trecho da estrada é um mirante bem lindo e vale a pena parar para tirar algumas fotos, fomos de manhã cedo e voltamos de tarde, mas imagino que seja um espetáculo no pôr-do-sol.

Chegando no Sítio fomos muito bem recebidos pelos nossos anfitriões Tania e Clayton, passeamos bastante por lá, eles tem muitos hectares de mata nativa e lindas cachoeiras e sabem passar muita informação sobre a fauna, flora e funga locais.

Como estava bem seco não tinha muitos cogumelos mas eles nos mostraram uns laranjinhas que depois consegui identificação como sendo do gênero Lactifluus. Inclusive eles alugam cabanas para quem tiver interesse em conhecer, eles recebem bastante visitas de observadores de aves também.

A tarde nos levaram para conhecer a Igreja de Itagiba (foto acima), que fica em frente a Associação de moradores, e tem um antigo cemitério ao lado; e também até uma linda figueira centenária, que estima-se que tenha mais de 300 anos (foto abaixo).

Essa região hoje conhecida como Itagiba ou Colônia Itagiba antigamente se chamava Nova Itália, e foi colonizada no final do século dezenove por imigrantes italianos e colonos que vieram de outras regiões do estado. Pelo que me falaram o nome foi trocado na época da 2ª Guerra Mundial, quando os colonos italianos e alemães não eram muito bem vistos por aqui.

Achei informações na internet de que essa região fazia parte do distrito de Taquara que se chamava Ilha Nova. Atualmente faz parte do município de São Francisco de Paula, e alguns quilômetros para baixo já faz fronteira com o município de Rolante.

Além destas informações passadas pelos nossos anfitriões e um pequeno parágrafo que achei sobre a região na internet, não consegui encontrar mais nada sobre a história da localidade, e também nada sobre a localidade de Lagoas. Se alguém quiser compartilhar algo sobre essas regiões adoraria saber mais, é só entrar em contato comigo.

No fim, foi um passeio que valeu a pena, a região é linda demais e apresenta muitas vistas impressionantes do vale. Porém na volta a Brasília já apresentou alguns problemas e tivemos que gastar com manutenção mais uma vez… É difícil não ter uma 4×4 pra poder pegar essas estradas rurais sem se preocupar com a possibilidade do carro “quebrar” no meio do caminho, rs (rindo pra não chorar).

📸 Registro feito em 03/02/24 em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul (Serra Gaúcha).

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