Um encontro com lindos fungos da espécie Trametes versicolor!
Já ouvi falar muito deste funguinho, mas nunca tinha conseguido encontrar/identificar ele. Seu nome “versicolor” significa ‘de várias cores’, pois essa espécie pode apresentar muitas cores diferentes, e mudar bastante de aspecto conforme o estágio de crescimento, o que dificulta a identificação para leigos como eu, rs.
Crescem sobre madeira morta ou viva, e estão presentes em praticamente o mundo todo. Tem em média de 5 a 8 cm de diâmetro quando adulto, uma textura aveludada, e cores que variam de tons amarelos, marrons e até pretos. São finos e flexíveis, e possuem pequenos poros na parte de baixo (himenóforo).
Estas características ajudam a identificar, porém existem muitos cogumelos similares. Já achei vários parecidos que creio serem do gênero Trametes, mas nunca tive certeza da identificação da espécie exata. Entretanto, este felizmente foi identificado pelo biólogo Denis Zabin lá no iNaturalist.
Seu nome comum é Turkey tail ou Cauda de peru em português, por motivos óbvios, rs. Também pode ser conhecido pelos nomes científicos Coriolus versicolor e Polyporus versicolor.
É famoso por suas propriedades medicinais, sendo utilizado há séculos na Medicina tradicional chinesa onde é conhecido pelo nome Yun zhi, assim como tem sido usado tradicionalmente em outros países como no Japão, onde o conhecem por Kawaratake.
Hoje em dia o seu uso também tem ficado cada vez mais popular no Ocidente. Inclusive existem muitos sites vendendo este cogumelo aqui no Brasil, na maioria das vezes em forma de suplementos como extratos e tinturas. Algumas lojas online também vendem o micélio ou blocos para o cultivo deste cogumelo em casa.
Pesquisando na internet se encontram informações de muitos benefícios, principalmente que possui propriedades antioxidantes e que seu consumo ajuda a fortalecer o sistema imunológico, auxiliando no combate a infecções em geral e também combatendo células cancerígenas.
Além disso, achei informações de que este fungo tem propriedades que ajudam a reduzir ou remover vários poluentes do ambiente, tendo então um grande potencial no campo da biorremediação.
Li que pode ser consumido em forma de chá, tinturas, fervendo em sopas, etc. Nos Estados Unidos e Europa já é comum achar eles sendo vendidos em cápsulas como medicamento. Enfim, há muita informação na internet sobre, para quem quiser saber mais deixei alguns links úteis e as referências que utilizei abaixo.
Alguns meses depois encontrei essa espécie mais algumas vezes, agora já conseguindo identificar melhor. Da última vez eles estavam bem grandões e em bom estado (fotos acima e abaixo) , então coletei uma meia dúzia. Desidratei e fiz chá, coloquei uns 4 “pedaços” em uns 400 ml de água e deixei fervendo por uns 5 minutos. Fica com um gosto intenso de cogumelo, rs, bem estranho pra que não está acostumado.
Na segunda vez que fiz coloquei pra ferver junto algumas cascas de bergamota desidratadas que tinha aqui pra dar um gostinho a mais, e pensei pro futuro que uma combinação com gengibre deve ficar bom também.
Mas até agora não achei informações claras de quantidade/por quanto tempo tomar para de fato ter benefícios, e é claro que tomando uma xícara lá de vez em quando não deve ter muito efeito, rs. Mas valeu a experiência, quem sabe no futuro consigo mais informações precisas sobre o uso dele, e de qualquer forma, mal não faz e é sempre bom aproveitar o que encontramos na mata!
⚠ Procure sempre informações, guias e a confirmação de especialistas antes de decidir consumir qualquer cogumelo selvagem. No caso de cogumelos medicinais, também pesquise sobre contraindicações e verifique com seu médico se o uso é recomendável no seu caso.
📸 Registros feitos em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul (Serra Gaúcha).